segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CASO CLÍNICO 1 BRONQUITE CRÔNICA ALÉRGICA
IDENTIFICAÇÃO
Nome: Jhoni
Espécie: Canina
Raça: Pinscher
Sexo: Macho
Idade: 10 anos

Queixa Principal
Tosse seca noturna (principalmente) há 2 anos aproximadamente.
Há 2 anos tratou para  Traqueobronquite infecciosa, mas  não apresentou melhora.
Segue tossindo desde então com piora nas últimas 4 semanas.

Anamnese
Animal em bom estado geral.
Normorexia, Normodipsia, normoquezia.
Nega êmese.
Refere urina sem alterações.

Sistema Cardiorrespiratório
Tosse seca, principalmente noturna, sonora, parece engasgo.
Espirros quando odor forte (perfume, poeira, etc.).
Nega cansaço fácil, cianose de língua, edema de membros, aumento de volume abdominal.
Nega síncope.

Manejo higiênico/ sanitário
Preventivo para ectoparasitas a cada 3 meses.
Vive em casa, quintal com gramado e terra. Casinha de madeira com colchão de espuma.
Não tem acesso à rua.
Possui 10 contactantes caninos e 2 felinos, todos assintomáticos.

Exame Físico
Peso: 4,4kg
FC: 140bpm
FR: 40 mrm
Temp.: 39,2ºC
TPC: <2”
Mucosas róseas
Hidratação adequada
Auscultação: BRNF com sopro grau II/VI, foco mitral + desdobramento 3ª bulha.
                     Campos pulmonares sem alterações.
                     Reflexo da tosse negativo.

Tosse
Mecanismo de defesa para repelir material das vias aéreas e também pode ser estimulada por inflamação ou compressão das vias aéreas.

Tosse cardíaca x Tosse respiratória

Tosse de origem cardíaca
·        Geralmente seca
·        Tosses discretas
·        Presença de sopros/ arritmias/ estertores
·        Caquexia
·        Ascite
·        RX: alterações de silueta cardíaca e/ou edema cardiogênico
·         ECG: taquicardia na ICC
·        Idade, porte, espécie, raça, viagem para litoral
·        Noturna e associada a esforço físico

Tosse de origem respiratória
·        Colapso de traquéia: parece “grasnar de ganso”, seca e diuturna
·        Pneumonia: tosse úmida, diuturna.
·        Estertores e/ou sibilos
·        Obeso ou normal
·        Ascite ausente
·        RX: alterações em vias aéreas superiores ou parênquima pulmonar
·        Vacinação, vermifugação, contactantes, ambiente   


 Classificação da Tosse
·        Aguda: <60dias
·        Crônica: >60dias
·        Seca

·        Produtiva (deglutição) – doenças inflamatórias ou infecciosas e Insuficiência Cardíaca
·        Sonora – vias aéreas anteriores
·        Discreta - vias aéreas posteriores

Diagnósticos Diferenciais

Tosse sonora
·        Colapso de Traquéia
·        Traqueobronquite Infecciosa (aguda)
·        Bronquite Crônica
·        Compressão de Brônquio Principal Esquerdo (crônica)
·        Parasitas Pulmonares

Tosse discreta
·        Pneumonia
·        Insuficiência Cardíaca Esquerda (crônica)
·        Parasitas Pulmonares

 Exames Complementares
·        RX tórax – avaliação de campos pulmonares e silhueta cardíaca (cardiomegalia)
·        Ecodopplercardiograma
·        Mensuração de pressão arterial
·        Eletrocardiograma

Suspeita Diagnóstica
·        Bronquite crônica (?)
·        Cardiopatia (?)

Resultado dos exames
·        RX: silhueta cardíaca dentro dos padrões de normalidade campos pulmonares sem evidências de alterações dignas de nota
·        ECG: arritmia sinusal
·        Pressão arterial: sistólica 130mmHg (normal de 80 a 160)
·        ECO: insuficiência valvar mitral de grau discreto, sem repercussão hemodinâmica; disfunção diastólica de grau discreto.

Suspeita Diagnóstica
ü  Bronquite crônica (causas alérgicas)
ü  Possíveis alérgicos: perfumes, fumaça de cigarro ou lareira, produtos de limpeza, ácaros, poeira. etc..

Tratamento
·        Meticorten 5mg – 3/4comp./BID/ANR (0,8mg/kg)
         Dose recomendada: 0,5 a 1 mg/kg – BID
         *Diminuir gradativamente           
·  Outra opção:
         Fluticasona- 7 a 10 movimentos respiratórios na máscara
   (minimiza efeitos do corticóide)

Bronquite Crônica
·        Tosse persistente sem etiologia definida há mais de 2 meses.
·        Comprometimento inflamatório bronquial
·        Causa: processos inflamatórios instalados por tempo prolongado resultantes de infecções, alergias ou irritantes inalatórios.
·        Estágio crônico é irreversível
·        Predisposição a infecções secundárias
·        Casos severos – obstrução das vias respiratórias (creptação / sibilo)
·        RX – avaliar tórax, padrão bronquial
·  Dependendo da fase não tem alterações
·  Ideal: Broncoscopia

Retorno
·        Refere diminuição acentuada da tosse.
·        Recomendado administrar o corticóide SID e em dias alternados.
·        Posteriormente trocar para Fluticasona

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